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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Campinas sediará centro binacional de nanotecnologia


Brasil e China vão investir US$ 10 milhões
Maria Teresa Costa
DA AGÊNCIA ANHANGUERA
teresa@rac.com.br
Campinas vai receber um centro binacional de nanotecnologia, que será instalado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), no polo 2 de alta tecnologia de Campinas, onde estão outros laboratórios nacionais, como o Luz Síncrotron (LNLS), Biociências (LNBio), Ciência e Tecnologia do Bioetanol (CTBE) e Nanotecnologia (LNNano).

China e Brasil vão investir US$ 10 milhões no novo centro, que irá inicialmente operar por uma rede virtual de pesquisadores.

O Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia (CBC-Nano) foi criado na última terça-feira por portaria assinada pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, e publicada no Diário Oficial da União.

Os dois países vão desenvolver em cooperação novas tecnologias na área da ciência que trabalha com matérias de tamanho até 10 mil vezes menor que diâmetro de um fio de cabelo.
O CBC-Nano, de acordo com a portaria federal, terá a forma de uma rede cooperativa de pesquisa e desenvolvimento. Será um mecanismo de implementação do Acordo sobre Cooperação Científica e Tecnológica firmado por ambos os países no ano passado dentro dos objetivos estratégicos nacionais nessa área.
O centro vai coordenar as atividades que envolvam a cooperação Brasil-China e deve promover o avanço científico e tecnológico da investigação e aplicações de materiais nanoestruturados.
Fazem parte das metas a consolidação e ampliação da pesquisa em nanotecnologia, expandindo a capacitação científica e possibilitando a exploração dos benefícios resultantes, além do desenvolvimento de programas de mobilização de empresas instaladas no Brasil para possíveis desenvolvimentos na área de nanomateriais.
Núcleos

O centro será constituído por núcleos de pesquisa que interagirão entre si, utilizando a infraestrutura existente para executar projetos conjuntos de pesquisa e desenvolvimento, formação e capacitação de mão de obra. A área de nanotecnologia precisa muito da luz síncrotron. Campinas tem uma de segunda geração e está construindo um equipamento de terceira geração.

É um projeto de cinco anos e estão sendo investidos nesse programa R$ 200 milhões para a construção do anel de armazenamento e com todas as linhas instaladas, os recursos chegarão a R$ 400 milhões.
O síncrotron de terceira geração permite obter detalhes de imagens em resolução 10 mil vezes maior que um aparelho de raio X e com a capacidade de produzir figuras tridimensionais de partículas com 1 bilionésimo de metro. Das 50 fontes de luz síncrotron existentes no mundo, 16 já são de terceira geração. A Alemanha está construindo sua fonte de quarta geração.
O Sirius, nome do síncrotron de terceira geração, será produzido no Brasil e utilizará apenas 15% de componentes importados. A quantidade de fótons emitidos durante a aceleração das partículas será cerca de 25 bilhões de vezes maior que a anterior, possibilitando que a capacidade de penetração da luz sobre os materiais a serem pesquisados saia da ordem dos milímetros para a casa dos centímetros.
O novo LNLS contará com um número maior de linhas de trechos retos (mecanismo que potencializa a emissão de luz para os experimentos ) e possuirá

amplificadores de estado sólido (aparelho que repõe a energia perdida durante a emissão de luz) que serão capazes de gerar uma economia de cerca de R$ 4 milhões por ano só com despesas no consumo de energia elétrica.

China está entre grandes potências do setor
A China tem interesse em desenvolver, em parceria com o Brasil, sensores e dispositivos para uso em diagnósticos clínicos para atendimento de populações dispersas, segundo o diretor do Laboratório Nacional de Nanotecnologia e coordenador brasileiro no CBC-Nano, Fernando Galembeck.

O pesquisador não foi localizado ontem, mas ele disse esta semana à Agência Brasil que
a intenção é desenvolver um equipamento portátil confiável e de produção barata que facilite levar atendimento às pessoas. Também há interesse em desenvolver novos produtos a partir da biomassa, usando a nanotecnologia, por exemplo, para transformar resíduos agrícolas.
A China é considerada uma das maiores potências na pesquisa com nanotecnologia, enquanto o Brasil ocupa a 25ª posição.

Conforme dado divulgado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI),
o mercado internacional de nanotecnologia deverá atingir US$ 693 bilhões até o final deste ano e US$ 2,95 trilhões em 2015. (MTC/AAN)