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quarta-feira, 21 de março de 2012

O futuro está na nanotecnologia

Gabriela Costa

gcosta@jornaldacomunidade.com.br  

Quadro de Michelângelo, em versão moderna: no lugar de Deus, o homem estende a mão para sua criação: a nanotecnologia
Quadro de Michelângelo, em versão moderna: no lugar de
Deus, o homem estende a mão
para sua criação: a nanotecnologia

Fotos: Divulgação 
O físico norte-americano Richard Feynman (1918-1988) apresentou um estudo em dezembro de 1959 a respeito do poder de manipulação de átomos e moléculas, gerando componentes tão pequenos que se tornavam invisíveis a olho nu. Mas essa ideia era muito avançada para a época. Após 30 anos, a ideia de Feynman tomou forma na ciência do “muito pequeno”, a nanotecnologia, chamada assim por causa dos objetos de estudo que são medidos em nanômetros. Um nanômetro (nm) equivale a um bilionésimo de metro.

Por meio de uma provável manipulação da movimentação do átomo seria possível construir supercomputadores que caberiam no bolso, microssondas para testes sanguíneos dentro do corpo humano, etc. Tudo isso gira em torno de previsões e estudos que perduraram durante décadas.

A nanotecnologia é aplicada em mais de 800 produtos atualmente. Os processadores de computador são, provavelmente, os componentes eletrônicos que mais utilizam a nanotecnologia. No mercado encontram-se processadores de 45 nm, os quais possuem tecnologia suficientemente avançada para trabalhar em alta velocidade. Evidentemente, o processador não tem dimensões em nanômetros, mas as peças dentro dele são desta escala.

Produtos
Além dos processadores, as placas de vídeo têm vários componentes nanoscópicos. Tanto a NVIDIA como a ATI possuem processadores gráficos (os famosos GPUs) elaborados com tecnologia nano. Cada novo modelo que sai, os GPUs ficam mais poderosos e, ao mesmo tempo, utilizam uma tecnologia nano em menor escala. Algumas placas concentram nanotecnologia de 90 nm. Já as mais modernas usam 55 nm ou até menos.

Os videogames possuem muitos componentes internos e tudo cabe em um espaço tão pequeno que, graças à nanotecnologia utilizada em vários desses componentes, os aparelhos deixaram de ser caixas enormes e pesadas. Os video- games tornaram-se verdadeiras plataformas de entretenimento. Porém, essa tecnologia não foi criada apenas para ajudar na informática, mas para revolucionar em qualquer área onde fosse necessária. Atualmente, pode-se relatar a aplicação da nanotecnologia na medicina, na química, na física quântica, nas indústrias que criam protótipos aeroespaciais, refinarias e em muitas outras áreas.

Mercado em disputa
A medicina tem sido um dos setores mais beneficiados pela nanotecnologia
A medicina tem sido um dos setores
mais beneficiados pela nanotecnologia
 

O desenvolvimento da nanotecnologia é importante para Brasil e Portugal, pois as indústrias brasileira e portuguesa terão de competir internacionalmente com novos produtos para recuperar e retomar o crescimento econômico dos dois países. Essa competição se tornará bem-sucedida a partir do surgimento de produtos e processos inovadores que se comparem ou superem os melhores produtos oferecidos pela indústria mundial.


Uma das consequências da utilização da nanotecnologia é a nanopoluição, gerada por nanomateriais ou durante a confecção desses. Esse tipo de poluição é formada por nanopartículas e pode ser mais perigosa que a poluição existente no planeta, pois pode flutuar facilmente pelo ar por grandes distâncias. As células não têm as armas necessárias para lidar com os nanopoluentes, o que provocaria danos ainda não conhecidos, principalmente pelo fato de não existirem na natureza.

A revolução da ciência
Zulmira Lacava, coordenadora do Centro de Nanotecnologia e Nanobiotecnologia (Cenano) da Universidade de Brasília (UnB), diz que a nova tendência revolucionou vários setores, como o meio ambiente, a saúde, a construção civil, as máquinas e os robôs. “A memória dos computadores será baseada em nanomotores. O espaço será maior e o funcionamento, mais rápido”, explica Lacava. Na medicina, há aparelhos para diagnosticar determinadas doenças, as quais não podem ser detectadas apenas embasadas em sintomas e exames comuns. Além disso, a nanotecnologia é muito utilizada para criar remédios. O Cenano tem vários laboratórios com muitas linhas de atuação, dentre eles um apenas para câncer de pele.