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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Os riscos do muito pequeno. Visão europeia


Segundo uma nova análise das publicações da Agência Europeia para Segurança e Saúde no trabalho (EU-OSHA), nossa sensibilização aos eventuais riscos ligados à manipulação de nanomateriais e a comunicação sobre estes riscos no local de trabalho apresentam graves lacunas.

No cotidiano, encontramos as nanotecnologias em numerosos produtos e aplicações. Ainda que os riscos para a saúde e para o ambiente tenham sido demonstrados para certos nanomateriais manufaturados, tais materiais são utilizados em alimentos, produtos cosméticos, produtos têxteis, pinturas, artigos esportivos, aparelhos eletrônicos, detergentes e numerosos produtos para a saúde e bem-estar. São igualmente encontrados em numerosos locais de trabalho. Atualmente, se acham repertoriados mais de mil produtos de consumo, fabricados por mais de 500 empresas em 30 países.

Na União Europeia, 300 mil a 400 mil empregos estão diretamente ligados às nanotecnologias e nanomateriais manufaturados, utilizados em numerosos locais de trabalho ao longo da cadeia de abastecimento; em 75% dos casos, se tratam de pequenas e médias empresas.




Em sua análise das pesquisas atuais sobre este assunto, a EU-OSHA faz notar que a comunicação dos riscos eventuais ligados a tais materiais é insuficiente e que uma maioria de europeus (54%) não sabem nem o que são as nanotecnologias. Mesmo sobre os locais de trabalho onde se encontram nanomateriais manufaturados, é baixo o nível de sensibilização sobre estas questões. Assim, por exemplo, 75% dos trabalhadores e empregadores do setor da construção não sabem que utilizam tais materiais.

Certamente há iniciativas visando sinalizar para os riscos ligados aos nanomaterias manufaturados e indicar como geri-los (mesmo que essas iniciativas nem sempre visem atingir os locais de trabalho). Esse debate surge, por exemplo, de grandes produtores, de alguns sindicatos ou resultam de diálogos conduzidos em escala nacional, no seio de alguns Estados membros ou em escala europeia, com base no roteiro estabelecido pela Comissão Europeia.

Mas muito ainda precisa ser feito (de preferência em colaboração com os responsáveis políticos, os parceiros sociais, os organismos nacionais de segurança e de saúde no trabalho, as agências de saúde pública, as associações setoriais, etc.), porque uma comunicação deficiente sobre os riscos pode gerar certa confusão e provocar medos injustificáveis ou, ao contrário, uma subestimação dos riscos, susceptível de levar a uma prevenção e um controle insuficientes. As estratégias de comunicação sobre riscos devem ajudar os empregadores a tomar decisões esclarecidas sobre seus locais de trabalho e implementar adequadas medidas de prevenção. Devem, no mesmo modo, permitir que os trabalhadores tenham domínio de seu ambiente, para que possam se proteger eficazmente.

A EU-OSHA desenvolveu uma base de dados, on-line, apresentando exemplos de boas práticas na empresa, em matéria de gestão sobre os locais de trabalho, onde são manipulados nanomateriais manufaturados. Esta base cobre oito Estados-membros, assim como diferentes setores, tais como a indústria têxtil, construção e aplicações médicas. Os futuros trabalhos neste tema incidirão especialmente sobre a criação de uma aplicação web e a elaboração de informações, breves e práticas, sobre ferramentas de gestão dos riscos colocados pelos nanomateriais e sobre a gestão destes riscos nos setores de manutenção, de construção e de cuidados de saúde.

Sobre a EU-OSHA
A Agência Europeia para Segurança e Saúde no Trabalho (EU-OSHA) contribui para fazer da Europa um lugar de trabalho mais seguro, mais saudável e mais produtivo. A Agência realiza atividades de pesquisa e de desenvolvimento, difunde informações confiáveis, verificadas e imparciais, em matéria de segurança e de saúde, e organiza campanhas pan-europeias de sensibilização. Criada pela União Europeia em, em 1996, estabelecida em Bilbao, na Espanha, a Agência reuni representantes da Comissão Europeia, governantes dos Estados-membros, organizações de empregadores e de trabalhadores, assim como especialistas dos 27 Estados-membros e de outros países.