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terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Nanotubos de carbono combinados com chumbo ou pesticidas potencializam efeitos tóxicos em peixes

Interações fatais

DINORAH ERENO

Tilápias em experimento realizado no Instituto de Pesca em Cananeia
Tilápias em experimento realizado
no Instituto de Pesca em Cananeia 
© EDUARDO CESAR
Estudos conduzidos em parceria por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano) e do Instituto de Pesca do Estado de São Paulo, em Cananeia, no litoral sul paulista, mostraram que quando nanotubos de carbono entram em contato com substâncias tóxicas como chumbo e pesticidas em ambientes aquáticos há um aumento expressivo de toxicidade para peixes como tilápias-do-nilo (Oreochromis niloticus), camarões-d’-água-doce e outras espécies. 
Os mais recentes resultados da pesquisa que avaliou a interação entre esses nanomateriais e carbofurano, um pesticida com alta toxicidade utilizado no Brasil em culturas agrícolas, foram publicados on-line na revista Ecotoxicology and Environmental Safety em novembro e sairão na edição impressa em janeiro de 2015. “Quando foi feita a combinação com o nanotubo houve um aumento de cinco vezes na toxicidade do carbofurano para as tilápias”, diz o professor Oswaldo Alves, do Laboratório de Química do Estado Sólido (LQES) do Instituto de Química da Unicamp, coordenador da pesquisa. “Isso é um claro indicativo de que a nanoestrutura está potencializando o efeito tóxico do pesticida.” Em outro sentido, ele também funciona como um excelente concentrador de pesticidas, metais e hormônios. Ou seja, o nanotubo é um material que tem propriedades potenciais para uso em filtros de sistemas de tratamento de água e sensores. “É preciso, no entanto, avaliar como será o descarte desses materiais e pensar nas implicações ambientais futuras”, ressalta Alves.
Entre os testes feitos no Instituto de Pesca, conduzidos pelo professor Edison Barbieri em parceria com Diego Stéfani Teodoro Martinez, aluno de doutorado e pós-doutorado de Alves e atualmente pesquisador do LNNano, em Campinas, estão o consumo de oxigênio – uma das medidas utilizadas para avaliação do metabolismo de organismos – e a capacidade de natação dos peixes. As descobertas indicam que as nanoestruturas de carbono podem atuar como transportadores de pesticidas e afetar o comportamento dos peixes, além da sobrevivência deles.
Os testes mostraram que até a concentração de 2 miligramas (mg) de nanotubos por litro na água não houve diferença em relação ao controle no consumo de oxigênio. Quando o carbofurano foi colocado sozinho na água, inicialmente houve um aumento no consumo de oxigênio e logo em seguida uma diminuição, indicativo de que os peixes estavam começando a morrer. “Nos experimentos feitos com essa substância nas proporções de 0,5, 1 e 2 mg, combinado com o nanotubo de carbono (1 mg) o consumo de oxigênio baixou rapidamente, apontando uma nítida diferença em relação ao grupo de controle”, diz Barbieri, coordenador das pesquisas no Instituto de Pesca. Em relação à capacidade de natação, houve uma tendência de diminuição à medida que o pesticida e o nanotubo estavam na água.
© UNICAMP
imagem de microscopia de teste com nanotubos e chumbo mostra filamentos das brânquias deformados e inchados em comparação com o grupo-controle
Imagem de microscopia de teste com nanotubos e chumbo mostra filamentos das brânquias deformados e inchados em comparação com…
Iniciadas em 2010, as pesquisas tinham como objetivo estudar a interação de nanomateriais com poluentes comuns como o chumbo, que em Cananeia, por exemplo, consiste em um sério problema ambiental. “Lá, os afloramentos de chumbo provenientes de galenas [minerais compostos por sulfeto de chumbo] são naturais e ocorrem quando chove muito e há lixiviação do solo”, diz Barbieri. O estudo teve início com a exposição de tilápias a nanotubos de carbono e chumbo em diferentes concentrações por períodos de até 96 horas. Os resultados foram apresentados em novembro de 2012 por Martinez, em um congresso internacional sobre segurança de nanomateriais chamado NanoSafe, realizado a cada dois anos em Grenoble, na França. Os nanotubos aumentam em até cinco vezes a toxicidade aguda do chumbo para as tilápias. No experimento em que os peixes foram expostos apenas a essas nanoestruturas de carbono não houve nenhum sinal de toxicidade aguda até o limite de 2 mg por litro.
A primeira fase dos ensaios consistiu em fazer o experimento-controle apenas com água mineral. Depois foram feitos testes com o nanotubo e chumbo separadamente colocados em diferentes concentrações até o limite de 2 mg por litro e, por último, com os dois materiais juntos. “O consumo de oxigênio diminui em todas situações com a presença de ambos”, diz Barbieri. Um artigo científico com os resultados da pesquisa saiu publicado no Journal of Physics: Conference Series, em março de 2013. “Na literatura científica mundial são poucos os estudos que tratam da interação entre poluentes ambientais e nanotubos de carbono, focalizando os impactos na fisiologia e comportamento de peixes”, diz Martinez. Ainda mais, faltam dados conclusivos sobre os efeitos de longa duração desses nanomateriais descartados no ambiente. Isso significa que as pesquisas não acompanharam o crescimento do mercado dessas nanoestruturas com propriedades físicas e químicas diferenciadas, que têm crescido ano a ano.
© UNICAMP
Em água sem substâncias tóxicas
… o grupo controle, em água sem substâncias tóxicas
A interação entre chumbo e nanotubos de carbono e seus efeitos tóxicos sobre brânquias de tilápias foi também objeto de estudo de alunos de mestrado orientados por Edison Barbieri, do Instituto de Pesca. Eles estudaram os efeitos dessa combinação sobre as brânquias, principal órgão responsável pelas trocas gasosas e pela excreção da amônia, mecanismo pelo qual são removidos do organismo de animais aquáticos resíduos tóxicos como amônia, ureia e sais, responsável por manter o equilíbrio do meio interno, isto é, a homeostase. “No experimento-controle é possível ver todos os filamentos das brânquias preservados, já com a adição de nanotubos de carbono e chumbo, juntos ou separadamente, há deformação e inchaço nas células de revestimento das lamelas, responsáveis pelas trocas gasosas”, relata Barbieri. Os testes com carbofurano e nanotubos também tiveram resultados semelhantes.
Antes dos experimentos terem início, foi feita a purificação e caracterização dos materiais, visando a um estrito controle da qualidade para garantir resultados convergentes. “Parte da tese de Diego foi aprender a purificar nanotubos de carbono”, diz Alves. “Foram quatro anos em que ele se dedicou ao tema e hoje se beneficia disso porque tem um material de qualidade para os ensaios biológicos e toxicológicos.” Alves explica que os ensaios biológicos precisam ser feitos com material comprovadamente muito bem conhecido. “Os nanotubos feitos por uma empresa são diferentes daqueles produzidos por outra.” Para que o material final tivesse a mesma qualidade, os pesquisadores encomendaram nanotubos de uma empresa coreana, que antes de ser usado passa por um processo refinado de purificação. “Para cada material que sai do LQES, fazemos uma ficha técnica, onde consta a identificação da amostra e dados de sua caracterização.”
A produção de nanotubos hoje é da ordem de 20 toneladas por ano, com 600 diferentes tipos disponíveis no mercado para aplicações que englobam nanocompósitos, concreto, tintas especiais, energia, eletrônica e até aplicações médicas e ambientais. Europa e Coreia do Sul encabeçam a lista dos maiores produtores. “Embora ainda não existam empresas brasileiras produzindo em larga escala essas substâncias, precisamos ser proativos, pensar no futuro e na regulação dessa tecnologia”, diz Alves. “É preciso cuidar do descarte e, para isso, tem que se conhecer todo o ciclo de vida do material, o que demanda muita pesquisa.” 
Atualmente, todo o material importado à base de nanotubos de carbono entra no Brasil simplesmente como material de carbono, elemento químico que compõe desde o carvão ativo usado em filtros até medicamentos, já que não existe uma regulamentação específica para nanomateriais. A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), por exemplo, ressalta que materiais nanoestruturados têm propriedades interessantes, mas é preciso cuidado ao incorporá-los a outros, sobretudo envolvendo uso biológico. “A organização faz um alerta para que eles só sejam usados se houver dados de laboratório a respeito de sua toxicidade ou alguma avaliação ligada a possíveis efeitos no organismo”, diz Alves, cujo grupo recebe financiamento do Instituto Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCT) em Materiais Complexos Funcionais (Inomat), que tem recursos da FAPESP e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
© LQES/UNICAMP
Imagem de microscópio de transmissão eletrônica mostra nanotubos produzidos no Instituto de Química da Unicamp
Imagem de microscópio de transmissão eletrônica mostra nanotubos produzidos no Instituto de Química da Unicamp
As pesquisas agora terão como foco a influência da matéria orgânica presente na água de rios e lagos sobre as nanoestruturas. “Queremos saber se na presença de matéria orgânica os pesticidas param de interagir com os nanotubos”, diz Martinez. 
“A ideia do projeto é funcionar como uma plataforma para todos os poluentes ambientais clássicos e emergentes, incluindo hormônios e antibióticos.” Dessa forma, será possível avaliar as interações de vários poluentes com amostras nanoestruturadas. “Os trabalhos feitos até agora apontam para nós que essas nanoestruturas não poderão ir nem para o rio nem para o mar.” É preciso, ainda, fazer estudos sobre o seu descarte no solo e os efeitos sobre plantas, porque já se sabe que os seus impactos ambientais são de longa duração.
Regulamentação em pauta
Evento na França discute produção e uso seguro de nanomateriais
O tema da regulação tem mobilizado pesquisadores e indústrias no mundo, interessados nas várias possibilidades de utilização de nanoestruturas. Nos dias 5 e 6 de novembro, por exemplo, representantes brasileiros estiveram presentes em um grande evento na Holanda, capitaneado pela Comunidade Europeia, que teve como resultado a adesão do Brasil a um dos mais importantes clusters ligado à regulação internacional da nanotecnologia. Outro evento importante, no âmbito científico, foi a NanoSafe 2014, conferência internacional sobre a produção e o uso seguro de nanomateriais, realizada entre os dias 18 e 20 de novembro em Grenoble, na França.
Na quarta edição do evento, realizado a cada dois anos desde 2008, participaram mais de 300 pesquisadores de 30 países, que apresentaram 160 comunicações orais e 86 pôsteres, além de 12 expositores, entre empresas e organizações. “Desde a sua primeira versão, o evento procura abordar vários temas ligados à segurança dos nanomateriais em diferentes sessões”, diz o professor Oswaldo Alves, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), presente ao evento, onde mostrou os resultados do projeto que coordena sobre o aumento da toxicidade de nanotubos de carbono para peixes quando em contato com o chumbo.
O Brasil, representado por pesquisadores de instituições como Unicamp, Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), apresentou 15 trabalhos. Entre os assuntos discutidos na NanoSafe 2014 estão novas aplicações de nanomateriais; nanotoxicologia, com estudos envolvendo trato respiratório, cérebro e pele como alvos; interações com o ambiente; liberação de nanomateriais; produção industrial e prevenção; análise de ciclo de vida; regulação e padronização, e desenvolvimento responsável
Uma das novidades mostradas por algumas empresas foram equipamentos portáteis que permitem monitorar a presença de nanopartículas em instalações industriais, construção e outros ambientes.
A regulação e a padronização dos nanomateriais são fundamentais para o desenvolvimento comercial da nanotecnologia. “O tema foi colocado em pauta pela Comissão Europeia com base na Estratégia Europeia para as Nanotecnologias, que está apoiada no tripé segurança, integração e responsabilidade”, diz Alves. Um dos blocos de construção desse trinômio passa pela padronização.“O Parlamento europeu tem destacado a importância da padronização como uma maneira de acompanhar a introdução dos nanomateriais no mercado, avaliando
que tal situação facilitará a implementação de uma regulação efetiva”, relata.
Alguns países, como Bélgica, França e Dinamarca, têm implementado regulações sobre nanomateriais específicos.“Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental (EPA) publicou em 2008 duas resoluções, dentro do escopo do Ato de Controle de Substâncias Tóxicas (TSCA), indicando claramente uma mudança de postura na questão da regulação da nanotecnologia no país”, diz Alves. A FDA, agência norte-americana de controle de alimentos e medicamentos, também se ocupa das aplicações da nanotecnologia na área da saúde e tem lançado consultas públicas desde 2011. Alves ressalta que, apesar de a questão da padronização da nanotecnologia estar no centro das discussões em Grenoble, essa é uma tarefa altamente complexa. “Sabemos que a própria natureza dos nanomateriais, caracterizada pela falta de homogeneidade, consiste em um obstáculo de altíssima dificuldade.”
A superação dessas dificuldades, na sua avaliação, se dará com o desenvolvimento não só de novos métodos para a produção de materiais nanoestruturados, novos equipamentos, como também novos protocolos de análise e rastreabilidade. Com isso poderá ser possível chegar às validações necessárias à padronização.
Projeto
Instituto Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Materiais Complexos Funcionais (Inomat) (nº 2008/57867-8); Modalidade Auxílio Pesquisa –  Projeto Temático; Pesquisador responsável Fernando Galembeck (Unicamp/LNNano);Investimento R$ 2.085.423,04 (FAPESP).
Artigos científicos
CAMPOS-GARCIA, J. et alEcotoxicological effects of carbofuran and oxidised multiwalled carbon nanotubes on the freshwater fish Nile tilapia: Nanotubes enhance pesticide ecotoxicityEcotoxicology and Environmental Safety. v. 111, p. 131-7. jan. 2015
Martinez, D. S. T. et al. Carbon nanotubes enhanced the lead toxicity on the freshwater fishJournal of Physics: Conference Series. v. 429, n. 012043 mar. 2013.

Fonte: Pesquisa Fapesp

domingo, 28 de dezembro de 2014

EU-Safe use of nanomaterials – Commission publishes guidance for employers and workers



This  Guidance  document offers an overview of  the issues surrounding the safe use of MNMs in the workplace, sets out the broad outlines of preventive action and provides a practical tool for complying with specific aspects of ensuring workers’ safety, such as risk assessment and risk management.
This  may be of particular value  to those who may  not  have  an  in-depth  technical  understanding  of  the  issues  involved,  and  may assist  in  ensuring  compliance  with  the  Occupational  Safety  and  Health  (OSH) legislation  when  dealing  with  MNMs.












Fonte: European Agency for Safety and Health at Work

sábado, 20 de dezembro de 2014

USP: Laboratório da Poli analisa risco no uso de nanomateriais


Foto: Pedro Bolle / USP ImagensMicroscópio de força atômica e tunelamento: com ele é possível visualizar e manipular objetos de dimensões nanométricas (cem mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo).
Microscópio de força atômica e tunelamento: com ele é possível visualizar e manipular objetos de dimensões nanométricas (cem mil vezes menores que a espessura de um fio de cabelo).


Em função de sua pequena dimensão, os nanomateriais apresentam propriedades especiais e, dependendo de suas características, podem também manifestar efeitos quânticos, especialmente quando seu tamanho atinge dimensões inferiores a 10 nm.

Se essas propriedades propiciam novas funcionalidades, é sempre bom lembrar que não existe tecnologia que não contenha algum tipo de risco. “O que é importante é a definição do nível aceitável, e que os resultados sejam avaliados de forma dinâmica, incorporando-se às novas descobertas de modo que o benefício para todos seja maximizado e os riscos minimizados”.

A avaliação é do professor Guilherme Frederico Bernardo Lenz e Silva, pesquisador do Laboratório de Moagem de Alta Energia, Materiais de Carbono e Compósitos para Altas Temperaturas (LM²C²) da Escola Politécnica (Poli) da USP, que tem como uma de suas linhas de pesquisa a análise de risco e tomada de decisões visando ao uso seguro de nanomateriais – com foco na saúde, na segurança e no meio ambiente.

Mercado seguro


As novas funcionalidades têm possibilitado avanço tecnológico em ritmo acelerado, sendo que 1 trilhão de dólares em nanomateriais foram comercializados só em 2013, segundo estudo realizado pela empresa Lux-research.

Por maiores que sejam as cifras, no entanto, também é essencial à indústria pensar na segurança das pessoas envolvidas nesta produção. E a preocupação com os riscos deve ser ainda maior ao lembrarmos que o trabalhador está exposto aos nanomateriais em sua forma mais pura, em grandes concentrações e por um período de tempo maior, quando comparado aos consumidores em geral. As possíveis rotas de contaminação e exposição precisam ser conhecidas por meio da avaliação das atividades em conjunto com medições da concentração e caracterização dos nanomateriais no ambiente.

De acordo com o professor, o controle das condições do local de trabalho, do grau de exposição e a avaliação do nível de contaminação nem sempre são feitos de maneira apropriada. Há a necessidade, por exemplo, de novos equipamentos e ferramentas com capacidades e resoluções mais precisas para a detecção das partículas nanométricas em menores concentrações no ambiente.

A maioria das novas empresas possuem poucos recursos financeiros, conhecimento ou pessoal especializado na área de segurança, especialmente quando se trata do controle dos riscos envolvidos com o manuseio, estocagem, incorporação e descarte adequado dos nanomateriais.

Legislação


A adaptação das leis, na maioria dos países, acontece de maneira mais lenta em relação ao desenvolvimento tecnológico. Neste campo, a evolução do debate, a participação e o engajamento do público, do setor empresarial e dos diversos níveis de governo é o que impulsiona a evolução das normas.

Nos Estados Unidos há diferentes tipos de atuação na mudança da legislação em relação a nanotecnologia. No nível federal, as principais agências reguladoras têm trabalhado para a adequação das normas existentes com apoio de projetos orquestrados pela NNI (National Nano Initiative).

No Brasil, várias discussões começaram a ser realizadas a partir de 2009, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com a criação de grupos de trabalhos sobre o tema. Porém, ainda não há previsão de mudança da legislação.

Segundo o pesquisador, contudo, mesmo não existindo legislação “nanoespecífica”, as várias leis, decretos, normas e mesmo a Constituição Brasileira já apresentam elementos que protegem a sociedade e o meio ambiente de eventuais desvios e danos do desenvolvimento tecnológico.

LM²C²


Um dos principais trabalhos do LM²C² no momento é a criação de uma plataforma para facilitar a busca e o acesso às informações sobre saúde, segurança e meio ambiente e para a condução de análise de risco da nanomateriais. Chamada de HSEnano®, a plataforma está em fase de testes, mas algumas funcionalidades já estão disponíveis gratuitamente por meio do website.

Além do foco na segurança, outras pesquisas do LM²C² trabalham com a síntese, modificação e incorporação de nanomateriais de carbono em compósitos refratários para aplicações em metalurgia e siderurgia.

O docente ressalta que o laboratório da Poli mantém uma rede de colaboração e pesquisa com diferentes universidades e instituições nacionais e internacionais. “No Brasil, fazemos parte do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanomateriais de Carbono, e da Rede de Nanotoxicologia Ocupacional e Ambiental, ambos financiados com recursos do CNPq”, finaliza.


Fonte: Agência USP

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

NanoStockExchange: The Morning Risk Report: Nano Disclosure No Big Thing–Yet





Investor groups focused on environmental, social and governance issues are demanding  more disclosure of companies’ involvement with nanotechnology, the manipulation of matter at the atomic or molecular scale, which some critics say could pose health risks. 
After tests that the group As You Sow claimed found nanoparticles in powdered sugar coatings on some Dunkin’ Donuts DNKN +0.07% products, the group sponsored a shareholder resolution demanding more disclosure of the company’s policies on such materials. The resolution drew more than 18% support in the spring, leading The Guardian to ask, “Is this the next GMO crisis?” A spokesman for Dunkin’ Donuts emailed Risk & Compliance Journal that its products meet all FDA requirements, but that it has reviewed the specific FDA guidance on nanotechnology and is “determining how this applies to our ingredients.”
Nano isn’t that big yet, but “it has huge potential, unknown risks, uneven disclosure and an immature regulatory environment,” said Jon Lukomnik, executive director of the Investor Responsibility Research Center Institute, in an interview. 
Nanomaterials are used in over 1,600 products, including even suntan oil and toothpaste. A report commissioned by the IRRCi and authored by the Sustainable Investments Institute examined disclosure practices and found only a handful of companies saying anything about their use of nanomaterials. “To be fair it’s a difficult issue for companies because very few are in control of their total supply chain from start to finish,” he said, “A lot of companies don’t know and haven’t thought about whether they are utilizing nanotechnology in their products or services.” At present, the report found that fewer than three dozen of the companies in the S&P 500 disclose to shareholders their production and sale of nanomaterials.
Yet, as the report notes, the European Union passed legislation in 2013 establishing labeling requirements for nanomaterials, and the Obama administration in 2011 established guidelines for U.S. agencies on regulation of nanomaterials.
 Since 2008, the report says shareholder resolutions have focused on use of nanomaterials at Avon, Colgate-Palmolive, Kraft, McDonalds and WalMart and members of the Interfaith Council on Corporate Responsibility “have held dialogues on nanotechnology” with E.I. DuPont de Nemours and Co.DD +0.35%, The Estée Lauder Companies Inc., Henkel AG & Co. KGaA, Johnson & Johnson, The Procter & Gamble Co. and Unilever N.V., among others.


Experimentos tecnológicos do Nanossatélite brasileiro (NanosatC-Br1) serão apresentados em workshop


O primeiro circuito integrado com proteção à radiação projetado no Brasil – um dos dois experimentos tecnológicos a bordo do NanosatC-Br1 – tem apresentado ótimo desempenho no espaço. Os resultados serão apresentados no Workshop Latino-americano da Academia Internacional de Astronáutica sobre CubeSats, que acontece na Universidade de Brasília (UnB) de 8 a 11 de dezembro.


Projetado pela Santa Maria Design House (SMDH), da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), o circuito é um dos experimentos do primeiro nanossatélite brasileiro, projetado e coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe/MCTI) em cooperação com a UFSM para obter dados da campo magnético da Terra, fomentar a inovação tecnológica e formar pessoal especializado. A parceria tem dado oportunidade a universitários e jovens profissionais de atuarem ao lado e sob a supervisão de engenheiros e pesquisadores do Inpe.
"Este circuito foi sugerido pela Divisão de Eletrônica Aeroespacial (DEA) do Inpe em função de suas possíveis necessidades futuras em alguns dos projetos de satélites de maior porte da unidade de pesquisa", informa o pesquisador Otávio Durão, do Inpe. "Estes primeiros resultados são de grande relevância, pois foram obtidos na parte do circuito projetada para resistir à radiação."
Os dados obtidos com o NanosatC-Br1 serão combinados com os do Embrace, o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial do Inpe para a obtenção de outros resultados. Os dados fornecidos até aqui determinam de forma quantitativa a tolerância à radiação do circuito e ajudam a validar a biblioteca de rotinas desenvolvida pela SMDH para projetá-lo.
"Serão apresentados também no workshop em Brasília outros seis trabalhos relacionados ao NanosatC-Br1 e NanosatC-Br2 (em desenvolvimento), feitos por alunos, engenheiros e pesquisadores que participam destes projetos", informa Durão.
Sobre o NanosatC-Br1
O primeiro satélite científico nacional foi lançado em 19 de junho deste ano com a missão tecnológica de testar no espaço o circuito integrado projetado totalmente no Brasil. O cubesat também cumpre a missão científica de coletar dados para estudo de distúrbios na magnetosfera, principalmente na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul e do setor brasileiro do Eletrojato Equatorial Ionosférico.
Mais informações em www.inpe.br/crs/nanosat

Fonte: MCTI
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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Brasil terá centro de Nanotubos de carbono, estratégico para o Pré-Sal


A sede definitiva do Centro de Nanotecnologia de Materiais de Carbono (CTNanotubos), começa a ser construída em janeiro de 2015, no Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-Tec), em Minas Gerais. Ela terá função estratégica para o setor de petróleo e gás nacional. A conclusão está prevista para 2017.

O coordenador do centro, Marcos Pimenta, disse que a unidade será responsável pela fabricação de nanotubos de carbono. “Vamos incrementar nanotubos de carbono em alguns tipos de plástico e de cimento para melhorar a propriedade desses produtos para o processo de extração do pré-sal”, ressaltou.

O CTNanotubos já está funcionando em um espaço provisório no BH-Tec, onde produz 50 gramas de nanotubos de carbono por dia. Quando o reator definitivo estiver pronto, permitirá ao centro elevar a produção “para vários quilogramas por dia de nanotubos de carbono”, disse Pimenta.

O centro desenvolverá pesquisas em nanotecnologia e dará ênfase ao desenvolvimento de nanomateriais à base de carbono, em especial nanotubos de carbono. Os investimentos para a construção da sede definitiva somam R$ 35,4 milhões, dos quais R$ 17,4 milhões são financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; R$ 14,8 milhões são aplicados pela Petrobras; e os restantes R$ 3,2 milhões pela Intercement, empresa parceira.

Segundo Pimenta, o que se pretende é melhorar o desempenho dos materiais. No caso do plástico, por exemplo, o objetivo é ter um material que seja ao mesmo tempo flexível, mas que não quebre nem rasgue. “Nosso objetivo, neste centro, é melhorar a propriedade de alguns materiais que vão ser usados no processo de extração de petróleo”, reiterou.

O trabalho é inédito no Brasil. Marcos Pimenta esclareceu que muitos grupos já estudam e produzem nanotubos de carbono no país, mas com finalidade acadêmica e, não, industrial. A ideia do centro é trabalhar sempre em parceria com empresas, atendendo à demanda de pesquisas.

A equipe que está trabalhando na sede provisória do CTNanotubos é formada por dez professores da Universidade Federal de Minas Gerais. A previsão é que, em cinco anos, a equipe crescerá para 50 pessoas, abrangendo físicos, químicos, biólogos e engenheiros.



Fonte: EBC
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Vejam:
a) CT-Nanotubos terá aportes de R$ 36 milhões