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terça-feira, 5 de maio de 2015

Nanotecnologia e Seguros


Como o mercado de seguros percebe os riscos da nanotecnologia

Companhias de seguro são as maiores interessadas e capazes de contribuir para o desenvolvimento mais seguro e sustentável das nanotecnologias e dos nanomateriais. Isto se deve ao fato da indústria de seguros ser um dos portadores de potenciais perdas que podem surgir na produção, no uso de nanomateriais e nas aplicações das nanotecnologias.

Pesquisadores na University of Limerick (Irlanda), têm examinado como a percepção do mercado de seguros pode influenciar a sustentabilidade dos avanços tecnológicos e a preocupação das seguradoras com os riscos das nanotecnologias. Eles alegam que, apesar do seu papel de sustentar o desenvolvimento tecnológico na sociedade moderna, a percepção das seguradoras sobre os nanomateriais tem sido amplamente ignorada pelos pesquisadores e agências reguladoras.

Em artigo científico de título Insurance Market Perception of Nanotechnology and Nanomaterials Risks publicado na revista Risk Management da The Geneva Association, os pesquisadores buscam abordar esta lacuna, provendo algumas correlações sobre a mentalidade das seguradoras e a sua percepção sobre os riscos das nanotecnologias e dos nanomateriais. Perdas em seguro podem surgir em qualquer estágio de produção e utilização dos nanomateriais. A figura abaixo mostra como diferentes políticas de seguro se relacionam com o ciclo de vida dos produtos contendo nanomateriais:

Créditos: XLGroup

Trabalhadores podem ficar expostos às nanopartículas e aos nanomateriais durante diferentes estágios do ciclo de vida do produto, como pesquisa e desenvolvimento, produção da matéria-prima, manufatura do produto consumível, bem como, no descarte final do produto. As apólices de seguro de responsabilidade dos empregadores podem ser acionadas se alguns nanomateriais demonstrarem serem perigosos para a saúde do trabalhador. Consumidores e o público podem entrar em contato com nanomateriais, uma vez que os produtos estarão nas prateleiras dos varejistas.

A possibilidade de exposição aumenta se o consumidor não seguir as instruções e/ou guias para a utilização e manuseio do produto, ou se o produto for danificado. Todos os vendedores ou fornecedores de serviços e reparos (por exemplo: produtores, atacadistas ou varejistas de produtos contendo nanoaplicações) devem estar sujeitos a responsabilidade sobre seus consumidores e outros por lesão, doença, perda ou dano recorrente ao fornecimento dos bens.
A responsabilidade pode surgir sob os termos da lei comum, contrato ou estatuto. Além das perdas provenientes as responsabilidades do empregador e do produto, também pode haver perdas resultantes da responsabilidade ambiental. 

Existem diversos cenários nos quais o meio ambiente pode ser contaminado em qualquer estágio do ciclo de vida das nanotecnologias. Estes incluem acidentes industriais nos estágios de produção e manufatura, derramamentos, vazamentos e acumulação de resíduos tóxicos em aterros. Produtos contendo nanomateriais estão se tornando cada vez mais disponíveis em áreas como medicina, indústria automotiva, industria alimentícia, eletrônica e equipamentos. Isso significa que profissionais, tais como médicos, funcionários e diretores, podem estar sujeitos a alguns riscos da nanotecnologia (por exemplo, a responsabilidade profissional pode surgir a partir de dosagens erradas ou prescrição de medicamentos).

Os autores concluem que seus resultados qualitativos e quantitativos indicam que as seguradoras estão familiarizadas com os termos nanotecnologias e nanomateriais. Além disso, embora, as seguradoras sejam mais conscientes do que o público leigo, esta familiaridade ainda se encontra em um nível bastante básico. 

Dado o fato que a indústria de seguros é uma das principais portadoras dos potenciais riscos da nanotecnologia e dos nanomateriais, isto sugere a necessidade de maiores transferências e troca de informações entre as diferentes partes interessadas, tais como os pesquisadores, reguladores, empresas de nanotecnologia e as próprias seguradoras. Os pesquisadores também sugerem que uma melhor comunicação dos riscos e colaboração entre o mercado de seguros, cientistas, reguladores, bem como empresas de nanotecnologia poderiam levar a introdução de novos produtos de seguro. Assim, por sua vez, haveria uma contribuição direta para a sustentabilidade do uso e desenvolvimento das nanotecnologias e nanomateriais.

Fonte : NanoTrade