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segunda-feira, 3 de agosto de 2015

NanoVacina: Pesquisa brasileira desenvolve NanoComprimido contra a hepatite B

O mercado de nanotecnologia está em franca expansão no mundo, com a descoberta de novos métodos e aplicações para os produtos desenvolvidos por meio desta técnica. O Brasil ainda não é uma das potências do ramo, mas produz pesquisas inovadoras sobre as utilizações desta tecnologia.

Por meio da nanomedicina, cientistas brasileiros estão próximos de desenvolver uma vacina via oral para prevenir a hepatite B - Foto: Secretaria de Saúde de Itajaí
Por meio da nanomedicina, cientistas brasileiros estão próximos de desenvolver uma vacina via oral para prevenir a hepatite B - Foto: Secretaria de Saúde de Itajaí

Uma delas é feita em uma parceria entre o Instituto Butantã e a Universidade de São Paulo (USP), que busca o desenvolvimento de uma vacina que pode ser administrada por via oral. Em vez de levar a famosa injeção ou as gotinhas pingadas nas bocas de bebês, será por meio de um comprimido que utiliza nanoestruturas de silício para guardar os antígenos. Atualmente, os testes são feitos apenas para prevenir a hepatite B.
A ideia nasceu de um encontro entre o infectologista Osvaldo Santana, do Butantã, e a física Márcia Fantini, do Laboratório de Cristalografia da USP. Durante a conversa, os cientistas começaram a traçar uma parceria para aliar as pesquisas em uma vacina contra a hepatite B e o desenvolvimento de uma sílica nanoestruturada para guardar os antígenos.
Com a estrutura em forma de favo de mel construída por meio de um longo processo de pesquisa e desenvolvimento, passou-se aos testes com camundongos, que apontaram resultados satisfatórios. A próxima etapa é provar a eficiência do método em seres humanos.
Na avaliação de Osvaldo Santana, a nova técnica tem amplas condições de se provar eficaz em humanos. Ele se baseia no fato de as nanoestruturas de sílica protegerem os antígenos da ação do sistema gástrico.
“Como ela protege a proteína, ela poderia proteger da barreira do suco gástrico, que é a barreira principal que você tem. A acidez do estômago e a protease, que são enzimas que quebram as proteínas, atacam a vacina. Toda vez que você tenta fazer a vacinação por via oral, você não consegue. Porque as proteínas são destruídas no estômago e não chegam no sistema imune, que está lá no intestino”, ressaltou Santana ao programa SP Pesquisa, da Univesp TV.
Outra vantagem apontada pelo pesquisador é que o invólucro de sílica garante que os antígenos atuem apenas nas “células alvo”. “A vantagem é que ela realmente consegue atravessar essa barreira de acidez muito forte do sistema imune”, completou.
Patente

Atualmente, a vacina via oral contra a hepatite B é produzida de forma experimental pelo laboratório Cristália, que financiou as pesquisas. A companhia já concedeu ao governo federal e ao governo do estado de São Paulo a patente para a produção da SBA-15 – o nome científico da nanoestrutura de sílica.